14/08/09

Pra morrermos de inveja

Nossas grandes amigas Kika e Carol se encontraram na Europa, no último fim de semana para uma viagem à Antuérpia - Bélgica. Elas foram intimadas a se tornarem nossas correspondentes etílicas e fizeram bonito, contando sobre a visita ao Kulminator, um pub de vintages, indicado na última edição da Revista Beer Life. Fizeram tão bonito que não vou mexer numa vírgula do que elas nos escreveram. Veja só que invejável:


"Impressões da Antuérpia — Dica da Gabi: KULMINATOR

Primeiras impressões: cheiro de mofo, pó pra todo lado, teias de aranha, música clássica, Buda, filtro de água ultramoderno, velas de igreja, cuco que toca a cada meia hora, altar do “Arnoldo”, que morreu de cirrose felina.


Às 20:37 adentramos o bar mais bizarro em que já estivemos. O único bar de uma rua deserta, que por fora parecia estar abandonado... Mas enfim, tudo pela ciência, tudo pela cerveja. Sentamos no balcão e acho que demoramos mais de uma hora para perceber o que realmente acontecia por ali: muita informação, muita cerveja, clientes diversos, tanto nativos apreciadores de cerveja quanto turistas.



Resolvemos nos concentrar no menu e degustar todas as 9 cervejas de “tap”. Começamos com uma La Chouffe e uma Bush; a primeira, uma velha conhecida e a segunda, uma cerveja doce. Depois da terceira golada percebemos a presença do Arnoldo ao nosso lado. Um altar com 3 fotos do gato tipo Garfield que deveria ter sido o mascote do casal, todas elas entre garrafas de cervejas.



A degustação da primeira cerveja foi acompanhada de uma minuciosa observação da riqueza de detalhes do local: ao lado do Arnoldo uma estátua de Buda, um filtro de água (???), uma guirlanda de tampinhas, um abajur de copo de cerveja, um catálogo de cervejas que mais parecia uma bíblia, salsichas defumadas penduradas — tudo recheado de muito pó, mofo e teia de aranha. Cada olhada, um detalhe. Poderíamos passar horas admirando o bar e sempre descobriríamos algo novo!



Os donos, Dirk e Leen (o cientista maluco e a escrava Isaura), pareciam saídos dos quadrinhos. Ele, com seus cabelos brancos até o ombro, mais parecia um cliente do que o dono do bar. E ela, a nossa querida beer expert, suava a camisa e não perdia a simpatia. A vovó trabalhava sozinha enquanto ele só bebia e aproveitava. Na estante de cervejas descobrimos o mote do bar, que possivelmente foi criado por ele: “que Deus mantenha a minha saúde e a força de trabalho da minha mulher”.


Já sentadas na mesa, continuamos com uma Quadrupel Trappist (La Trappe) e uma Hopsinjoor. Ótima rodada! Foi aí que descobrimos artigos de jornal plastificados sobre o Kulminator, seus donos e sua famosa adega. Os donos começaram em 1974 com um bar chamado Bodega, que pelo seu sucesso, começou a ficar pequeno demais. Em 1979 surgiu o Kulminator, que é reconhecido pela sua variedade de cervejas, em especial as VINTAGES. Dirk é mundialmente conhecido como um arqueólogo de cervejas. A paixão desse casal por cerveja nos lembrou os nossos queridos Gabi e Marcelo: fizeram do seu hobby a sua profissão e posteriormente a sua obsessão.


Próxima rodada: Avec Les Bons Voeux e Bourgogne des Flandres, espetaculares!


Saideira — Para a saideira queríamos algo especial, inusitado. A Leen nos recomendou uma VINTAGE: Bosaardbei Tripel 8%, de 1996. Acompanhamos a “colheita” da nossa saideira, vinda diretamente da adega climatizada (obs: garrafa empoeirada).


O aroma inicial era um pouco enjoativo, mas o gosto final predominante é indescritível e duradouro. Só experimentando pra saber. É uma cerveja feita com morangos silvestres, fermentada na garrafa e como todo o açúcar já foi todo fermentado, ela não é doce.



Foi uma experiência incrível! Com certeza não foi a última vez que estivemos lá. Valeu pela dica Gabi! A próxima vez será com você!


Beijos
Carol e Kika.
"

(clique nas imagens para ampliar)

Precisa dizer mais alguma coisa?
Obrigada, meninas!
Amo vocês! ;) E da próxima vez, vamos junto!!!

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13/08/09

Uma segunda pra relaxar

Carlos Alexandre e sua Horgaarden Forbidden Fruit.

Depois de 7 semanas de plantão, o neurocirurgião Carlos Alexandre, que também pretende ser cervejeiro (ele fez o último curso do Botto que organizamos), veio tomar uma cerveja para comemorar o começo de suas férias.

Realmente, médicos não têm horários comuns. Mas são sempre uma ótima companhia! ;)

Marcadores: Bebendo aqui



12/08/09

Especializando-se

Na quinta-feira passada, dia 6, Eduardo e Adriano vieram de Morro Agudo a Ribeirão para nos visitar, tomar umas cervejas e ainda nos presentear com a Radinho Stout.

Foi só um tempinho de conversa e elas já estavam na temperatura ideal para serem degustadas. E o sabor nos surpreendeu: com um amargor bem bom e um leve azedo do fermento (o que chega a lembrar bastante a La Brunette, da Schmitt), a cerveja estava deliciosa!

Esses meninos estão ficando bons, viu!?


Hummmm.... Delícia! Nós e o Eduardo, tomando a Radinho Stout.

Adriano estava dirigindo e não bebeu. Mas fez pose para a foto dos meninos!

Marcadores: Bebendo aqui, Cerveja e seus afins, Degustação



11/08/09

A compra da Westveleteren

Lembra que a gente recebeu um email do Vinícius, direto da Bélgica, com as fotos das cervejas que ele estava degustando?

Então...
Semana passada recebemos essas fotos dele. Ele foi até o monastério para comprar a "impronunciável". Tudo muito organizado: a Sofie, belga da gema, ficou em cima do site dos monges para conseguir agendar um horário para a compra. Sim: hora marcada! E isso depois de ficar insistentemente apertando redial no telefone, até conseguir que não desse ocupado.

E lá foram eles, no dia 4 de agosto, com hora marcada de recebimento de um engradado com 24 garrafas de Westverleteren 12 — nada além de UM engradado, na abadia St Sixtus de Westvleteren (Flandres). Esse horário e dia, inclusive, era somente para a retirada da 12. Se fosse para comprar a 10, por exemplo, seria outro dia. Detalhe: você só pode comprar uma vez por ano (eles anotam seu nome e a placa do carro).

A gente se emocionou com as fotos (de alguma forma, acompanhamos, né!?)
:

Na estrada. O Vinícius contou que ela era uma estradinha estreita até lá (como que uma estrada de fazenda). Esse feno à esquerda na foto, é parte de um caminhão, que estava segurando todo o trânsito. E o relógio correndo! Quase que eles se atrasam...

A fila para a retirada da "mercadoria". O senhor do carro do meio devia ter uns 80 anos e conseguiu levar três engradados — provavelmente cliente antigo (literalmente! hehehehe).

A pilha de garrafas vazias que tem do lado de fora do local de entrega. Não há preocupação em relação a serem exclusivas: uma era diferente da outra — inclusive de outros monastérios trapistas. Reaproveitamento, uma postura ecologicamente correta! ;)

O felizardo Vinícius, enquanto esperava pelas suas garrafas.


Nas placas, os dizeres:



Deslize na fila, deixe seu leegoed (alguém sabe o que seria isso? Provavelmente "engradado") no carro até chegar a sua vez.

Se você simplificar o nosso trabalho, obrigado.




DICAS PARA SERVIR
1) deixar descansar pelo menos 8 dias
2) nossa cerveja melhora com a idade
3) os primeiros dois números da tampinha se referem à data do envase
4) servir a cerveja com cuidado, em copos em formato de cálice sem gordura e sempre deixar um fundinho na garrafa
5) servir entre 12ºC e 16
ºC

COMO CONSERVAR NOSSA CERVEJA
1) Conservar no escuro em temperatura entre 10
ºC e 18ºC
2) Nunca conservar em geladeira
3) Conservar na posição vertical


E você ainda pode visitar o claustro, que os monges lhe receberão! (É preciso perguntar por informações a respeito no caixa).

A caixa com 6 taças custa 16,50 euros! E depois, o Vinícius nos contou que cada garrafa custa 1,50 euros: de graça!


Ainda na fila: Sofie (grávida!) e seu pai.
O Vinícius bem que tentou pegar dois engradados, mas o padre (que estava entregando) não deixou!

A abadia fica numa área verde e eles estavam relativamente perto do mar. Vinícius contou que se eles não tivessem GPS provavelmente não encontrariam o lugar.


E pra fechar com chave de ouro, ele ainda nos manda as fotos da cervejas que tomou
"in loco". Ele disse que o bar é enorme e a cerveja é servida direto da torneira (nada da lenda de só poder tomar uma taça ou algo do gênero. É um bar: toma-se à vontade, pagando por isso, é claro!).

O que mais impressionou foi ele contar que havia muuuitos velhinhos no lugar, na faixa etária de 80 anos. E pior: ao invés de tomar cerveja, eles tomavam chá. Mal sabem eles a inveja que temos da oportunidade que eles têm todos os dias de beber a Westveleteren!

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