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Sete pecados, que não foram capitais

Mais uma visita do Gui, com suas ótimas aquisições. Já não sei mais nem dizer se são todas de sua última viagem a Nova York ou se ele trouxe algumas de sua vasta coleção de delícias, que vem aumentando há anos.

Enfim, vamos aos fatos etílicos:

* Captain’s Reserve Imperial India Pale Ale, 9% ABV, 80 IBU. Da Captain Lawrence Brewery.

Captain's Reserve

Dourada avermelhada, a cerveja tem um sabor herbal, com um amargor duradouro na boca. O aroma é frutado, lembrando uvas verdes (aquele azedinho característico, sabe?). Com pouca carbonatação e feita com cinco tipos de lúpulo, é equilibrada, com corpo leve.

O brinde com a cerveja da americana Captain Lawrence!

Uma delícia de IPA! Surpreendentemente fácil de tomar, bem lupulada e refrescante.

* Sunturnbrew, Smoked Barley Wine, 11% ABV, 50 IBU.  Da norueguesa Nøgne.

Sunturnbrew, da já queridinha Nøgne.

A gente já percebeu que não há como errar tomando uma Nøgne. As cervejas desta cervejaria, que tivemos o prazer de tomar, comprovam a necessidade que temos de ir conhecer o norte da Europa — o que vem de lá está sendo sempre MUITO bom!

Com uma cor turva, vermelho escura, a Sunturnbrew tem aroma de barril, de defumados. No sabor, bacon — mas nada exagerado como uma Schlenkerla. Tudo isso por causa dos 30% de malte defumado usados na brassagem. Também pouco carbonatada, algo compreensível vendo-se a graduação alcoólica. Creio que foi a primeira smoked barley wine que tomamos. Haveriam muitas outras?

Absurdamente boa! (Como já era esperado…)

Gui, Gu, Marcelo e Vini. Curtindo a degustação.

Agora, o mais legal. Veja o que lemos no contra-rótulo da cerveja:

While most people think differently, Norwegians are convinced that the sun turns and actually changes direction on every December 21st. We at Nøgne want to pay tribute to this rather stubborn idea by making a sunturnbrew. It is brewed at the same time as the sun changes direction. This brew is for the changing direction of the sun, the change of mind and the change of perception. Don´t fight it. Turn with it!

(Diferente do que  a maioria das pessoas, os noruegueses estão convencidos de que o sol gira e realmente muda de direção todo dia 21 de dezembro. Nós, da Nøgne, queremos prestar uma homenagem a esta idéia um pouco teimosa, fazendo uma cerveja da virada do sol (sunturnbrew). Ela é fabricada no mesmo período em que o sol muda de direção. Esta cerveja é para a mudança da direção do sol, a mudança da mente e a mudança de percepção. Não lute contra isso. Gire/mude com ele!)

A cerveja foi feita para homenagear essa lenda norueguesa da mudança de direção do sol, no dia mais curto do ano. Com a história, ficou melhor ainda!

* Dépuceleuse, barrel-aged wild ale (ou seja, sem definição de estilo), 9,59% ABV. Da americana Avery Brewery.

Dépuceleuse.

Pelo que pudemos ler a respeito, esta é uma das cervejas experimentais da cervejaria. Eles tem uma série de cervejas maturando em barris, várias receitas diferentes, várias misturas inusitadas e, potencialmente, únicas. Esta, a Dépuceleuse, foi maturada em barris do vinho sul-africano “Zinfandel” (considerado muito bom, pelos entendidos em vinhos). Foram engarrafadas somente 463 garrafas.

Mais um brinde!

Com a cor de camurça e um aroma de cereja azeda, a cerveja teve a definição perfeita de seu sabor pelo Gustavo: gosto de beijinho. Sabe beijinho de festa de criança? Um sonho de diferente e deliciosa! Detalhe: o Gui pagou 32 dólares por esta cerveja. Agradecemos e dizemos que valeu cada centavo.

* Mort Subite Oude Kriek 2006, Fruit Lambic, 6,5% ABV. Da cervejaria belga Mort Subite.

Mort Subite Oude Kriek.

Presente da nossa grande amiga Carol, abrimos a cerveja com nossos amigos (Vinícius, principalmente, foi ao delírio: ele adora lambic!). Com uma linda cor cereja, pouquíssimo carbonatada, com bastante sabor de água salgada e cálcio (características da água de Bruxelas), a cerveja é ácida, com o sabor de manteiga (diacetil) aparente. Uma gostosura! Dentro do estilo, realmente a proposta de uma lambic verdadeira. O número da garrafa era 103848 – chique, né!? ;)

Gui, Gu, Gabi e Vini tomando a Mort Subite!

* Rodenbach Vintage 2007, Oak Aged Ale, 7% ABV, barril nº 230 – edição limitada. Da cervejaria belga Rodenbach (que faz a Palm).

A Rodenbach.

Caramelo escura, avermelhada. Com aroma ácido e sabor adocicado – ela tem cerejas em sua composição. A cerveja teve sua maturação no barril 230 (sim! Numerado!) por dois anos. Forte, alcoólica, perfeita! A melhor da noite! A cerveja realmente merece ser considerada especial.

Um brinde com a melhor da noite!

*Achel Extra Bruin, Belgian Dark Strong Ale, 9,5% ABV. Da cervejaria  Trappistenabdij De Achelse Kluis.

Achel Extra Bruin.

Presente de nossas amigas Kika e Carol, comprado na abadia da Achel. A cerveja é caramelo escura, doce, com álcool aparente, sabor fino. Como toda trapista, excelente!

Brinde com a cerveja!

Dê só uma olhada na coleção de garrafas vazias:

Quase todas as tomadas.

E ainda finalizamos com mais uma excepcional:

* Coton, Old Ale, 14,5% ABV, 45 IBU. Da cervejaria americana The Bruery.

Coton pra finalizar.

Caramelo escura, com aroma também de caramelo, com a madeira do barril em que maturou perceptível. No sabor, doce – lembrando açúcar mascavo e biscoito. Garrafa nº 01584. É um blend, com 75% de ale e 25% de ale maturada em barris de bourbon. Esta cerveja foi feita para comemorar os dois anos da cervejaria. Fechamos como se ela fosse a sobremesa: perfeito!

Finalizando com todo mundo pra lá de Bagdá!

Foi uma noite memorável! Agradecemos a boa companhia e todas as ótimas cervejas.

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