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Perdição de degustação

Segunda-feira chegamos mais perto do paraíso: tivemos uma seleção de cervejas excelentes para degustar, graças à viagem do Gui para Nova York, juntamente com cervejas presenteadas a nós por amigos queridos.

Vamos aos fatos, pra matar muita gente de inveja (hihihi):

Todos os motivos de perdição da vez.

Agora, por partes:

* Uno – ale com romã, do bar Melograno, feita pela Cervejaria Bamberg. 5,5% de álcool.

Cerveja Uno, comemorativa de um ano do Melograno, presente de Marcelo Carneiro.

Começamos com a que consideramos que seria a mais leve. Esta garrafa nos foi presenteada pelo Marcelo Carneiro, da Colorado, em uma de suas visitas à loja. Já havíamos tomado desta edição especial quando estivemos no bar Melograno e pudemos fazer algumas comparações!

Os degustadores Marcelo, Gui, Henrique e Gabi (atrás da câmera).

Pois bem: surpreendente. Quando tomamos no Melograno (que significa romã, em italiano), achamos a cerveja com um certo gosto de tampinha, e achamos que aconteceria com esta muito mais evidentemente, por estar vencida desde junho. Ledo engano. Provavelmente a cerveja tenha maturado mais ou a gente não deu sorte na outra garrafa que tomamos. O gosto de romã, inconfundível, estava ali, pra dar um quê a mais pra cerveja: além de cítrica, ela parecia que “amarrava” um pouco na boca — exatamente como acontece quando comemos a fruta. Sentimos esse azedinho no retrogosto muito bom!

Com uma cor indo do dourado para o ferrugem, a cerveja tem um bom aroma cítrico e uma espuma que não é persistente. Ela se desfaz mas, continua “escorregando” pelas laterais do copo. Surpresa deliciosa e que abriu com chave de ouro o que ainda estava por vir.

* Humboldt Brown – Brown Ale com maconha na composição. Feita pela Cervejaria Firestone. Mas no rótulo não se encontra nenhuma alusão à cervejaria e sim à Nectar Ales, na Califórnia. 5,7% de álcool.

Humboldt Brown, americana com maconha.

No site da cervejaria, o mesmo rótulo tem o nome de Hemp Ale. Devem ter mudado por algum motivo. Qual será? heheheh

O Gui trouxe esta cerveja por indicação do vendedor da Bier Kraft, onde ele a comprou, em Nova York. O doidão de cabelão e uma barba gigante, cheio de tatuagens disse que a cerveja era imperdível. Como ele manjava muito de cerveja, segundo relatos do próprio Gui, ele achou que não deveria contrariar. E colocou a cerveja na mala!

A gente acreditando que ia ter uma viagem...

No site da cerveja diz que ela só pode ser encontrada na Califórnia, por causa das restriçõem em relação às sementes de maconha, que são ingrediente na cerveja. Enfim, nossa opinião e impressões: a cerveja tem um aroma cítrico excelente, parecendo ser bastante lupulada. Mas no paladar, achamos que faltou corpo na cerveja e o gosto é de chá amargo (aquele mesmo gosto que se sente quando se come um space cake). A cerveja não é holandesa mas, segue a mesma proposta de diversas receitas com maconha: não dá barato!


* Three Philosophers – Quadruppel da Cervejaria Ommegang – a cervejaria americana mais belga que se tem notícia. 9,8% de álcool.

Three Philosophers. Cobiçada por muitos. (O que inclui Paulo Zanello, que adora essa cervejaria e nos apresentou alguns rótulos.)

Hummmm… O que esperar de uma Ommegang? Tudo! Tudo de bom, sempre! E então, abrimos mais uma das aquisições do Gui em NY.

O trio e a Three Philosophers. (Isto é uma analogia?)

A cerveja escura e com uma espuma grossa (mas bolhas pequenas) e persistente, tem aroma e gosto de vinho do porto. Não remete aos 9,8% de álcool e lembra um amadeirado daqueles barris que já tiveram cherry. E então, lemos o contra-rótulo e soubemos que a cerveja é um blend de três cervejas diferentes: uma ale bastante maltada, com maltes torrados; uma autêntica kriek belga; e uma lambic também belga, com cerejas (não se esqueça que há diferença entre kriek e cereja!). Começamos a filosofar e acreditamos que o nome tenha sido escolhido por este motivo: três filosofias diferentes de se fazer cerveja.

Deliciosa! Como já era de se esperar… O melhor foi o que lemos no contra-rótulo, que reproduzo aqui:

And remember: “Philosophy Begins in Wonder.” – Plato


* Cuvée Delphine – Bourbon Aged Russian Imperial Stout, feita pela Cervejaria De Struise. 13% de álcool.

Cuvée Delphine, presente da querida Carol.

Pra acompanhar as preciosidades do Gui, abrimos a garrafa da mesma cervejaria da Black Albert (que tivemos o prazer de tomar com o Vinícius), que a Carol trouxe de Amsterdam pra gente no fim do ano passado: a Cuvée Delphine foi a melhor de todas! Principalmente por ser uma cerveja que não esperávamos nada, já que não é tão conhecida. Lemos no rótulo, inclusive, que a produção é limitada e não há intenção de exportar. Portanto, um grande achado!

O rótulo da cerveja foi feito pela artista Delphine Boël. Por isso, o nome.

Uma Black Albert (que já é absurdamente deliciosa) que ficou um ano em barris de bourbon (4Rose Bourbon era a bebida que ficou no barril antes dela), a cerveja que leva o nome da artista belga Delphine Boël é excepcional, fantástica, perfeita! Uma das melhores que já tomamos até hoje!

Muito gosto da madeira, grossa, encorpada. Com uma espuma persistente e mais escura, a cerveja remete ao defumado, ao tostado, àquele azedo característico de madeira. Conforme foi esquentando, foi ficando mais aromática e também com o álcool mais evidente. Deliciosa!

* Sierra Nevada 30th Anniversary – Black Barleywine, da cervejaria Sierra Nevada. 10,2% de álcool.

Olha que rótulo lindo!

Esta cerveja comemorativa foi mais um achado do Guilherme no supermercado Whole Foods, que tem uma infinidade de cervejas para se escolher também (dica do Henrique!). A proposta dela é diferente: a cervejaria está comemorarando seus 30 anos com quatro receitas especiais, acompanhadas e produzidas por cervejeiros pioneiros (é o nome do projeto, inclusive). A que o Gui trouxe foi feita com o primeiro cervejeiro caseiro dos EUA, Jack McAuliffe.

A “Jack & Ken’s Ale” que tomamos é considerada uma black barleywine mas, a gente achou mais com cara e gosto de black IPA: lupuladíssima, perfumadíssima, muito, muito, muito boa! Excelente para fechar a noite, com chave de ouro também!

Sierra Nevada 30 para fechar!

Resumindo: a noite foi perfeita! Ótima companhia, cervejas magníficas. Sem frescuras, sem expectativas. Só a coisa boa que é beber bem em boa companhia! Recomendamos a todos! ;)

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